terça-feira, 14 de agosto de 2012

PARAISO INFERNAL

Por Adiel Soares, redator do blog DaPeSaDa - Fotos: Karen Pedregal,Lene Praxedes e Sérgio DM

Evento: Infernal Fest 2012 | Data: 11/08/12 | Local: Cultura Clube (Natal / RN) | Bandas: Demonized Legion (PB), Primordium (RN), Evil Empire (RN), Nighthunter (RN) e Albor (RN).

O INFERNAL FEST é um evento que teve sua 1ª edição em 1999 no CDCE (natal), e como acontece em anos aleatórios, salve engano essa deve ser sua sexta edição, sempre voltado para o Black Metal e produzido pela INFERNO GRAVADORA E DISTRIBUIDORA DE METAL EXTREMO, trazendo em todas as suas edições bandas de estados vizinhos ao nosso. Cheguei à velha Ribeira quase na hora do show e tomei um susto com a quantidade de veículos na frente do Cultura Clube, mas logo descobri que isso se devia a um show aberto de um cantor de samba na Rodoviária Velha. Como de praxe fui à busca de informações e já tinha um bom número de bangers à frente do clube, entre eles pessoas que eu nunca tinha visto em show de metal e outras que dificilmente aparecem, e já soube que viriam coisas boas ao longo da noite, então vamos ao show!
Wellington Lima - Foto por Lene Praxedes
As 23h10m entrei na casa e já prestigiei a primeira faixa da aspirante da noite – ALBOR, banda potiguar que abriu a festa e as suas apresentações ao vivo, formada há alguns meses e com algumas mudanças de formação, traz músicos que já participam de outras bandas e alguns novatos, sendo: Wellington Lima (vocal); Gladstoner e Rodrigo (guitarras); Jó Masterclaw (Baixo); Tiago Prado (Teclado) e Mürde (bateria). Eu já tinha assistido o vocalista em ação há alguns anos com a banda My Fallen Garden no NORTH ZONE EXTREME 2003 e naquele dia Wellington demonstrava nervosismo e não fez um bom show, mas o que interessa aqui é ALBOR, que de aspirante só tem o nome e traz aos bangers um Heavy Doom inovador, já percebido em Sleep Of The Mortals (faixa que abriu o Set List) acompanhada de Twilight Appocaliptic, após essa faixa Wellington Lima bastante a vontade apresenta a banda, fala um pouco da história do grupo e agradece o convite para o evento.
ALBOR - Foto por Lene Praxedes
Seguem para mais duas faixas e demostram muita segurança, o vocalista com uma ótima presença de palco canta Reflections e a banda começa a agitar o público com um som de qualidade que mescla Doom, Stoner e Heavy 80”. É extremamente sentida a influência do Candlemass, Cathedral e Black Sabbath lá pelos anos 70. Fazia tempo que eu não assistia a estreia de uma banda com tanta determinação e segurança por parte de seus músicos, as cordas em ótima harmonia e uma bateria sensacional, Mürde tocou muito e se mostrou um excelente instrumentista levando em consideração que se trata da mesma pessoa que usa o pseudônimo de Artham Deadhymns (Baixo e voz na banda Nômades). Vou ficar na torcida para que ALBOR não morra na praia como tantas outras bandas que surgiram na cena, pois essa tem um futuro promissor com sua qualidade musical, a bela apresentação se encerra com Unknow que será o titulo do primeiro registro da ALBOR, pois o tempo foi curto e deixou um gosto de “quero mais” em todos os bangers que assistiram esse fenômeno metálico. Quero em breve apresentar melhor essa banda aos leitores do DaPeSaDa. Parabéns ALBOR! Essa noite vai ficar na memória de todos que ali estavam! Excelente banda!
Gerson, Wolfera e Denilton - Foto por Karen Pedregal
         Já passavam três minutos da meia-noite e começa a introdução da já conhecida Primordium, a banda dispensa apresentações e cria um clima de expectativa, pois os três últimos shows dos potiguares foram surpreendentes, nessa noite a banda traz um set longo, 12 faixas todas autorais e já começa a balançar cabeças na casa, Legions Of Serpent Demons e Negative Confession são executadas e agitadas em massa, Gerson cumprimenta a todos e o quinteto manda o medley intitulado The Sacred, que foi lindo! (faixas da demo The Sacred Valley Of The Kings).
Gerson Vovin (Vocal) - Foto por Karen Pedregal
A banda continua se movimentando em palco e o publico curte com euforia Mummified e Primordium, a apresentação da banda não superou as anteriores, mas percebi uma nova roupagem das músicas e muita harmonia entre os músicos, destaco o baixista Wolfera que parecia brincar com o instrumento durante todo show, estão afiados e parecem ser um só de tão harmônico que o grupo soa, Augustus Caesar assumiu a batera por todo o show e os potiguares mandam duas novas, Hatshepsut (The King) e Four Divinities.      
         Já com mais de 30 minutos de show a Primordium fez um show muito bom, a reação do publico não foi maior talvez por estarem esperando uma surpresa como nos shows anteriores, mas o quinteto evolui a cada apresentação, pra encerrar os 40 minutos de Death Metal a banda manda Transcending e The Curse Of Inhotep, e ao encerrar diante dos pedidos de um cover do Sepultura Gerson lança um suspense, ele diz: “Provavelmente estaremos de volta em outubro ao lado de uma grande banda em um evento produzido por Mitchel Pedregal, perguntem a ele e vocês saberão”. Espero que sim, e que venham com um super show pra deixar os bangers boquiabertos. Valeu Primordium por mais um grande show!
Lady Ripper - Foto por Karen Pedregal

                  Por volta das 01h13m começa a Headline DEMONIZED LEGION em sua terceira passagem por Natal, dessa vez em sua primeira turnê nacional que passou por 17 cidades lançando a demo ao vivo: Caos aos vivos: Em um sanguinário ataque da Besta. O grupo campinense agora é um quarteto e traz em sua formação duas caras novas, uma delas é Infernalis (baixo). A banda inicia com The Spawn Of Nihilism e o franzino Vomitory assusta com a sua sua potência de voz, um gutural que sem ver ninguém acredita que venha da garganta daquele garoto. Atitude, segurança, técnica e agressividade são características da banda e principalmente de uma garota de 21 anos, com um cabelo abaixo da cintura que atende pelo nome de Lady Ripper, sendo o destaque da banda nessa noite a garota é responsável pela guitarra do Death Metal profano e merece todos os elogios possíveis, pois deu uma aula de como se toca o estilo e colocou um monte de marmanjos que tocam o instrumento no bolso, se é que coube (risos), Larissa Abreu me fez um comentário a respeito da Lady dentre vários que ouvi sobre a mesma, “Vou aprender a tocar guitarra, mas se eu não for igual essa garota eu desisto”, Infernalis também domina muito bem o instrumento e forma uma boa cozinha junto a Decaptator (bateria) e o show segue com a performance enérgica do
Vomitory e Infernalis - Foto por Karen Pedregal
grupo, os paraibanos são presenteados com o auge do público na noite, mais de 150 pessoas na casa e grande parte dessas batendo cabeça e brindando a energia transmitida pela Demonized que achou pouco a instiga dos bangers e na quarta faixa eles soltam Stripped, Rapped and Strangled (Cannibal Corpse), e meus amigos, nem preciso dizer o que aconteceu, Batedores de cabeças surgiram de todos os lados e formaram uma onda de cabelos. Com os ânimos já exaltados todos se mantiveram próximo ao palco e abrilhantaram o show da legião demonizada que executou mais três canções e teve seu show interrompido também por estourar o tempo, merecida finalização com  Scream Blood Gore.
         Mesmo com o tempo curto a Demonized Legion fez o que pra mim foi sua melhor apresentação em Natal, continuem com essa garra e que venham muitos e muitos belos shows. Hail Demonized...
NIGHTHUNTER - Foto por Sérgio Gomes
        Às 02h22m os caçadores noturnos abrem seu set list que foi igual ao do The Ripper Fest, NIGHTHUNTER começa com a intro e segue com Deny Your God, Satanic Conjurate, Nailed Bastard Cross e Profanation. O quinteto é outra banda potiguar que evolui a cada aparição, com uma boa performance e bastante energia em seus shows, na última apresentação desses insanos eu comentei sobre a finalização das músicas que estavam desencontradas, acho que eles receberam a crítica de forma construtiva e acertaram esse detalhe, pois desta vez as finalizações estavam bem encaixadas e o baixista bastante a vontade no palco, nesse show destaco Paulo “Death” que interagiu bastante com os bangers.
NIGHTHUNTER - Foto por Sérgio Gomes
LC Hunter como sempre, soltando seus rasgados regados a doses de bebida mas sinto falta daquele litro de aguardente que sempre o acompanhava no palco (risos), Ivan Jones também se movimentou bastante e já se via a legião profana na frente do palco, LC sauda os bangers, solta suas palavras de ordem e chama o publico pra guerra soltando Demons Of Chaos e o clássico do saudoso Chuck – Evil Dead que causou agitação do público que neste momento começa as aclamações para “No limite da força” (Anthares), e essa foi tocada e cantada em massa por todos. LC Hunter convida dois músicos que participaram do inicio da banda: David Praxedes e Rufino Costa, respectivamente baixo e bateria para participarem de Profane Hymns, que foi ensaiada com ambos e muito bem executada, trazendo nostalgia aos que conhecem o inicio do grupo.
                A banda dá uma pausa para o sorteio da senha para o Setembro Negro, e após alguns minutos mandam um dos clássicos da banda – Psicopata Homicida que foi a melhor da apresentação - Euforia total! E assim se encerra mais uma apresentação dos caçadores noturnos que demonstraram muita garra em seus hinos profanos.
Helfire (EVIL EMPMIRE - Foto por Sérgio Gomes
        O clima de noite já desaparecia, pois já eram 03h52m quando Hellfire surge no Cultura Clube e a EVIL EMPIRE encontrou um público exausto e em número reduzido para prestigiá-los, é a primeira vez que eu vejo a horda em ação, e sem set list fica difícil de saber o nome das faixas pois não consegui  entender o que Hellfire dizia quando anunciava as faixas, a banda tem como base da formação músicos da banda anterior com exceção do guitarrista e do vocalista.
Eu esperava mais da Evil Empire que se apresenta com Corpse Paints e faz um Black Metal tradicional com influências das clássicas bandas europeias do estilo. Entre as faixas e até durante as mesmas Hellfire blasfemava e atacava a igreja com mensagens profanas, mas o grupo segue com seu show de certa forma clichê que foi assistido pelos poucos guerreiros que ainda tinham alguma força pra curtir a EVIL EMPIRE e até ensaiar algumas batidas de cabeça, a banda encerra a noite infernal por volta das 04h30m e os pouquíssimos bangers que ainda estava no local seguem seus rumos com sentimento de dever cumprido em mais uma celebração de libertação.
EVIL EMPIRE - Foto por Sérgio Gomes
Apesar do público mediano o INFERNAL FEST foi um dos melhores shows do ano falando de eventos de porte médio que eu presenciei em Natal, quero parabenizar Helder Lima (proprietário e técnico de áudio da casa) por ter deixado o som quase que perfeitamente equalizado em todas as bandas sendo necessários ajustes mínimos entre uma e outra evitando assim aquele para-para de banda para ajustar som no meio da apresentação, o que quebra o clima de qualquer show.
Apresentando ao público potiguar e de estados vizinhos a banda ALBOR que já chega como uma grande promessa na cena, acompanhada das demais bandas potiguares que deram perfeitamente os seus recados executando ótimas apresentações e que mais uma vez presentearam os bangers mostrando o resultado do trabalho sério e esforçado de uma banda que honra o que faz. Expressar os méritos à produção do evento que fez isso tudo acontecer como manda o figurino dando suporte às bandas e ao público da melhor forma possível, em especial, a Rufino Costa, que mais uma vez sente a emoção da paternidade vendo seu filho nascer a pouco mais de 24 horas do show.
Meus agradecimentos especiais a Karen Pedregal, Lene Praxedes e Sérgio DM, pelas fotos para esta matéria, pois se não fosse por vocês a mesma seria uma resenha sem fotos.
 A noite infernal encerrou-se na manhã de domingo, mas ficará viva na memória de todos os Headbangers que curtirão as lembranças por um longo período...Infernal Fest Forever!


3 comentários:

  1. Parabéns Adiel, seu trabalho é muito importante para a sena do metal regional, eu estava no Infernal e senti novamente as emoções daquela noite, ao lêr tuas palavras.

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  2. só pra constar que o primordium não executou a canção "Four Divinities" como consta na resenha...

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  3. É Augustus, errar é humano e só acompanhei o que me foi passado pelas bandas, o tempo curto tambem atrapalhou o set das bandas e tambem vacilei em uma faixa da Demonized Legion.
    Espero que vocês me perdoem!

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