terça-feira, 6 de março de 2012

O QUINTAL É FORTE!


Evento: I NATAL METAL MILITIA | Data: 03/03/12 | Local: DOSOL Rock Bar (Natal / RN) | Bandas: Primordium (RN) / Comando Etílico (RN) / Expose Your Hate (RN) / Anomalon (RN)

Primeiramente, em nome de todos os Bangers de Natal quero parabenizar nosso velho brother Cláudio por completar mais um ano nessa jornada de muito Metal.
Desejamos todo sucesso na sua vida profissional, pessoal e musical, pois você merece muito mais do que isso por toda colaboração que você dar a cena potiguar desde o inicio dos anos 80 e por onde você passa vai deixando sua assinatura na história, seja como Ser Humano, Professor ou Headbanger. Stay Cláudio Slayer!...
Ás 21h30m cheguei a Rua Chile e já me surpreendi, pois a mesma estava intransitável, mas isso se devia aos eventos simultâneos que rolavam na Boêmia Ribeira. Na frente do DOSOL já vi uma grande concentração de indivíduos com basqueteiras, jaquetas cobertas de patchs, camisas pretas e suas cabeleiras despenteadas, percebi que tudo conspirava para uma grande noite, pois além de Natal tinha Bangers de Macaíba, Parnamirim e outros de cidades vizinhas que vêm em menor número, e a todo o momento olhava para os lados e via verdadeiros batalhões de Metalheads  aproximando –se da casa, tinha Headbangers da primeira geração potiguar, das gerações seguintes, aspirantes e muita mulher (nunca tinha visto tanta mulher em um show de metal) e entre tudo isso, algumas figuras que eu jamais tinha visto em show, outras que não compareciam há anos e até o maluco que vende empadas estava por lá, esse tinha sumido do mapa fazia tempo! Por outro lado senti falta de alguns amigos que sempre marcam presença nos eventos.
Como de costume cumprimentei os Brothers e fui à procura das bandas pra começar a colher  informações sobre o que rolaria na noite de Metal, conversa vai conversa vem e a Primordium começa a passagem de som, e por volta das 23h30m eles começam o show tendo como introdução The Sarcophagus (trilha sonora de A Mumia) e eu ainda estava lá fora mais uma vez aguardando o meu ingresso, então, decidi comprá-lo e entrar para curtir a primeira da noite, já se percebia no mínimo 200 pessoas e a banda já executava a sexta faixa do set list –Mummified, deu pra sentir que o  som estava bom e em seguida Gerson anuncia a primeira surpresa da noite, de forma inovadora a banda executa um medley com todas as faixas da demo The Sacred Valley  Of The Kings de 2002, levando os que conhecem o petardo  à loucura, eu confesso que fiquei emocionado em assistir um feito jamais executado por uma banda potiguar, um pout-porri de suas próprias músicas, tocando as faixas no sentido inverso a do registro, e fiquei admirado com a concentração de pessoas à frente do palco, o que é raro de se ver na primeira banda do line up aqui em Natal. 
A Primordium segue o seu show executando algumas faixas que estarão em Todtenbuch ( o tão esperado Debut da banda), são elas: In The Name Glory Of  Rar, Transceding, Curse Of Inhotep, Gates Of Ré-Stau e Pillars Of Eternity, que foram executadas sem surpresas e as pessoas pareciam mesmo querer conhecer as músicas.
Já quase no final da apresentação Gerson Lima anuncia a segunda surpresa da noite, convida Rafael Borges (Baterista da Kataphero), que sobe ao palco munido de uma guitarra e começa outro feito que só tinha visto a Donzela fazer, em um ato de pura ousadia eles fazem uma homenagem ao Nightbreath (Natal / RN), ex-banda do Rafael tocando o cover Kill The Priests, Rape The Nuns com três guitarras em verdadeira harmonia, foi demais!
Para encerrar com chave de ouro a apresentação que já seria memorável se tivesse parado alí, a saideira é nada mais nada menos que Arise, isso mesmo, Sepultura em uma de suas melhores fases, o que quase levou ao chão as paredes do bar.
Apesar da excelente apresentação o que eu sinto falta na Primordium é uma presença mais ativa no palco, os acho paradões pra o estilo mais agressivo que a banda pratica, mas isso é um fato a se pensar pelos membros da banda, após a grande apresentação da banda no XI Animal Fest a Primordium superou todas as expectativas e lançou a ela mesma o desafio de superar-se novamente no The Ripper Fest – Próxima apresentação do quinteto. 
Resumindo em poucas palavras foram 50 minutos de pura ousadia e inovação! Parabéns Primordium!
Já era domingo, exatas 00h38m quando escutamos a distorção da guitarra do Lucas, David Praxedes surge no palco em meio a fumaça e de braços erguidos convoca as mais de 300 pessoas a tomarem uma forte dose de Heavy Metal, entra o restante da linha de frente e formam um verdadeiro esquadrão acompanhados por Kleber Barbosa e seu tanque de guerra composto por tons, caixa, pratos e bumbo e já mandam dois clássicos da banda emendados, Estação Antiga e Ataque já pra ferver o sangue dos headbangers, pois nem se imaginava o que estava por vir. Como de costume Vall apresenta a banda, o que não é mais necessário e detonam com Força Motriz, eu não resisti e tive que bater cabeça! Nessa música um verdadeiro côro surge à frente do palco e a banda emenda com Selvagens da Noite que provocou uma roda de polga.
Lucas Praxedes parecia ter incorporado um demônio guitarrista, David curtia o show mais do que qualquer Banger que ali estava. Aliás esse tocou muito, Kleber parecia querer destruir a bateria com suas viradas complexas e ataques de pedal duplo que reproduziam o som de uma metralhadora causando uma verdadeira tormenta no DOSOL Rock Bar, por falar em Tormenta a banda solta Tormento e Comando Metal, Hervall com suas palavras de ordem mais parecia um líder medieval ordenando os seus súditos a detonarem seus pescoços, o que foi prontamente atendido e este momento é o auge da apresentação do grupo.
O frontman anuncia Legado, seguida de Ritual e essas duas mais uma vez foi cantada em massa pelo público insano, essa primeira, o single 2011 parecia ter uns dez anos de vida, pois foi cantada estrofe à estrofe por mais de 300 vozes, um verdadeiro coral improvisado e confesso que as lágrimas vieram aos olhos ao ver uma verdadeira nação Headbanger unida por um único objetivo – Clamar o mais poderoso dos estilos musicais – O Heavy Metal. Pra mim parecia a realização de um sonho!
Eu só perdi dois shows da Comando Etílico em Natal, mas nunca tinha visto um igual ao de sábado, eles acertaram perfeitamente o som, e a energia que a banda transmite triplicou e refletiu no público, todos pareciam estar em estado de loucura. Homens, mulheres, crianças e idosos batiam cabeça (risos...) numa imensa onda de cabelos formando um tsunami metálico, até pra eu tirar algumas fotos estava difícil.
Pra encerrar eles mandam o que eu acho que foi um presente de aniversário para Cláudio, ou melhor, pra todos, pois fecharam o showzão com The Antichrist (Slayer) e nessa hora o aniversariante da noite surge no palco, e deixando David de mãos vazias ele executa o contrabaixo do clássico junto ao Comando Etílico, quem não queria ser massacrado teve que espremer-se ao fundo do bar lotado, pois você já deve imaginar o moído que se transformou ali
Diferente da Primordium o show da Comando não teve surpresas, mas deixou surpreso quem já conhecia o quarteto, e chocado quem viu ao vivo pela 1ª vez, acho que eles decidiram detonar e todos literalmente estavam nos seus melhores dias! Comando Etílico foi demais! Excelente dose de Metal!


20 minutos de parada, o que serviu para que todos tomassem fôlego e sem uma gota de qualquer liquido no bar, pois tinha acabado até a água mineral, às 01h47m começa a mais pesada da noite – Expose Your Hate manda Despise For Animal Life que fez o pau cantar  e era só a primeira de 15 hinos de exposição de ódio à alienação e aos governantes desse mundo cão em que vivemos. Na sequência Ready To Explode que fará parte do próximo disco e que será feito um vídeo clip, como se já não bastasse vem The Media Virus, carro chefe da banda e que sempre abre rodas de polga... Roda de polga é apelido pois aquilo parecia mesmo com uma gigantesca centrífuga humana que permaneceu por praticamente as 15 faixas do set. 
A EYH já é uma verdadeira máquina de destruição humana e juntou isso a empolgação com a participação no METAL OPEN AIR 2012, mostrando o recado que vão dar no grande festival.
A metranca de Marcelo Costa anuncia mais uma nova e na sequência a homônima da banda, outra nova, Spreading Holy Violence e Moment Of Reflection, outro clássico da banda sem intervalo com Apreciate The Dying Planet, que aumentou ainda mais a polga, os maníacos quase se mutilavam e Luzdeth parecia querer pular do palco no meio daquela centrífuga.
Algumas conversas e apresentam Marked Target, também nova seguida de mais uma antiga, Lies e seguem com uma já bastante conhecida por está no youtube, Transitory Lifetime, que abriu uma roda que expulsou todos que estavam próximo ao palco. Após essa faixa, o front anuncia o final da apresentação, agradecendo e elogiando a todos, a organização e sentam o pau tocando Faces Of War, Inherent Human Cruelty e Life Not For Sale.

Destaco a dupla Cláudio e Luzdeth que sempre se movimentam no palco e instiga os seus seguidores. 
Percebendo o esgotamento na maioria e até eu já estava com a energia lá em baixo, posso dizer que apesar da EYH sempre moer os seus fans, esse show foi à altura do Festival Dosol 2008 e do lançamento de Hatecult, salve engano em 2005. A banda já com 13 anos de estrada fez um show totalmente autoral fazendo uma viagem a essa mais de uma década de ódio, um verdadeiro show regado a peso e perfeição!
      Já eram 03h00m e começa Anomalon pra encerrar a grande festa, eu só tinha assistido a uns vídeos no youtube e não tava interessado em ver a banda, mas assisti parte do show e vi que a banda em relação ao que vi no youtube evoluiu um bocado,  já tinham passado pelo palco três máquinas de destruição, a maioria das pessoas já estava lá fora ou tinha ido embora, mas com o grande número de pagantes posso dizer que estava como um show qualquer, 100 pessoas ou mais prestigiando o quarteto que tocou quase que apenas faixas autorais, achei a pegada meio alterna assim como o comportamento do vocalista Alexandre, mas apesar de ser a mais nova da noite já tem seus fiéis seguidores que estavam no apoio ao som da banda. O set foi curto, apenas 8 faixas, destaco os covers que causou euforia aos que ainda tinham alguma energia, foram eles: Processo de desiluminação (Blood Bath) e Blinded By Fear (At The Gates), e três faixas autorais: Kurukshetra, Deus Est Demon Inversus e ∆9THC.
O show da banda foi bom considerando o cansaço dos que assistiam, mas com exceção de alguns saltos do vocalista, os demais componentes parecem estar tocando em casa pra ninguém, mal tiram o pé do lugar, eu particularmente, acho que ao vivo a banda tem que agitar, se movimentar pra instigar os que a assistem. De qualquer forma valeu a presença no I NATAL METAL MILITIA.
    Há tempos que Natal não tinha um show exclusivo de Metal com esse sucesso, dias antes do evento eu já acreditava que seria uma boa festa, mas eu não esperava me deparar com o DOSOL estufado de gente, fiquei muito feliz em saber que foram superadas as expectativas.
Para os mais novos um verdadeiro presente com bandas do quintal de casa mas de extrema qualidade, o que fez o valor do ingresso ser apenas uma contribuição simbólica.
Para os veteranos uma noite nostálgica, relembrando aqueles shows dos anos 80 / 90 somente com bandas locais, que até eram boas, mas a estrutura e a engenharia dos instrumentos da época não se comparam em nada com o que é visto hoje!
Parabéns a parceria Anderson Foca e Cláudio Slayer por promoverem uma noite com Metal Pesado unindo bandas de qualidade e Headbangers das várias gerações. Que venha o II, o III...IV..V NATAL METAL MILITIA!!!
Por: Adiel Soares

"Me orgulho profundamente do que vivenciei no I NATAL METAL MILITIA. Falando tanto como produtor, músico e público, eu só tenho que agradecer a todos que contribuíram, diretamente e indiretamente, para este evento ficar marcado na história do metal potiguar. Meus Sinceros agradecimentos a cada um que se envolveu, curtiu, aplaudiu e bateu cabeça nesta noite. Certamente, celebrar meus 40 anos com aqueles que acreditam e valorizam o metal potiguar, foi um dos momentos mais marcantes da minha vida!"  
Cláudio Slayer

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